

TP 2
Desenho Operativo
Análise de Referência de uma
obra urbanística
Estudo de Caso: Vale do Anhangabaú
Rosa Grena Kliass
Jorge Willheim
Jamil Kfouri
O Vale do Anhangabaú é um espaço público/parque de 43 mil metros quadrados, localizado no Centro de São Paulo, no ponto que separa o centro velho do centro novo, servindo também de passagem entre eles. Por estar localizado no cruzamento de fluxos importantes no centro da cidade, o local passou por contínuas alterações em seu projeto, na tentativa de acompanhar o crescimento urbano e atender as necessidades que foram surgindo com o tempo, além de solucionar problemas anteriores.
Histórico do Local
Originalmente, este local se situa em um vale nos arredores do Córrego Anhangabaú, nome derivado do tupi, que significa “água venenosa”, devido a suas águas férreas e ácidas. O córrego foi posteriormente retificado e canalizado devido a projetos sanitários e de urbanização da cidade. Era utilizado como local de plantações de chá e fundo das construções nos arredores, local que pertencia ao Barão de Itapetinga.
REGIÃO DO VALE DO ANHANGABAÚ EM 1878

O local começou a tomar mais relevância espacial após o início da ocupação do centro novo, visto que este se caracterizava como uma barreira física entre este e o centro histórico, onde era necessário realizar longos caminhos para desviar das chácaras do chá, e esta atenção ao local, e com a urbanização da área, especialmente após a intensificação do fluxo leste-oeste com as futuras inaugurações do Viaduto do Chá em 1892 e do Viaduto Santa Ifigênia 1913, fazendo com que este vazio urbano começasse a ser posto em foco.
STITUAÇÃO DO VALE DO ANHANGABAÚ ENTRE OS CENTROS HISTÓRICOS

Por este entroncamento de fluxos, a região já foi palco de profundas mudanças em sua forma no decorrer do tempo. Um dos primeiros projetos foi do arquiteto Joseph-Antoine Bouvard, no início do século XX, que consistia de uma área verde com passeios conectando as construções no entorno, que era vinculado ao sistema viário ali implantado, oriundo de um outro projeto chamado de “Grandes Avenidas”, pelo arquiteto Alexandre Albuquerque, que conectava a área norte e sul da cidade. Este projeto durou alguns anos até ser substituído por vias expressas em torno de 1930, associadas com a construção de túneis subterrâneos, que davam seguimento ao Plano de Avenidas Prestes Maia, reforçando ainda mais este eixo norte-sul na cidade, a custo da demolição das áreas verdes e espaços de convívio ali presentes.
Na década de 80, o espaço começou a ser repensado novamente, e foi lançado um concurso com o objetivo de remodelar a área e resgatar o caráter público do espaço.